Projeto Rompendo Barreiras profissionaliza jovens tetraplégicos e paraplégicos para o mercado de trabalho
Apoiada pelo senador izalci lucas, a inciativa surgiu no distrito federal em 2019 e agora vai ser replicada em todo o brasil
Um projeto que proporciona oportunidades para pessoas com tetraplegia ou paraplegia com capacidade cognitiva preservada. Esse é o objetivo do Rompendo Barreiras, uma iniciativa criada em 2019, no Distrito Federal (DF), cuja expansão foi discutida pelo senador Izalci Lucas (PSDB/DF), em reunião virtual, nesta segunda-feira (14). Junto com o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, do Rio Grande do Sul, Mauro Hauschild, a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Marcia Abrahão Moura, a idealizadora do projeto, professora Ana Beatriz Goldstein, o professor de Robótica, Luiz Carlos Loiola, e jovens alunos do projeto, o senador Izalci conversou sobre o trabalho que está sendo realizado no DF e a expansão da iniciativa para outros estados. Incentivador do projeto, o senador avaliou que o Brasil ainda não tem políticas públicas consistentes para as pessoas com esse tipo de deficiência e por isso é importante apoiar ações nesse sentido.
“É uma oportunidade para que esses jovens possam aumentar suas habilidades e explorar ao máximo suas possiblidades. Por isso, destinei recursos por meio de emendas ao Orçamento da União para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília, o IFB, que é um dos parceiros do projeto, de modo que pudéssemos implantar o primeiro curso aqui no DF”, disse o senador.
O resultado dessas parcerias já foi apresentado pelos alunos do Rompendo Barreiras/DF que apresentaram seu primeiro projeto graças ao apoio de Izalci e de uma rede de parceiros, entre eles o IFB que cedeu as instalações, o laboratório e um professor de robótica para acompanhar o grupo, à Marinha do Brasil e ao Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria, SESI.
O primeiro estado a replicar o projeto será o Rio Grande do Sul no próximo dia 21 de setembro, que é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A notícia foi dada secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, do Rio Grande do Sul, ao informar que tem uma equipe envolvida nesse projeto, que inclui parlamentares, como a ex-senadora Ana Amélia Lemos, atual secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, e especialistas. Segundo Mauro Hauschild, a ideia é levar o projeto também para adultos e crianças que estão sob a tutela do estado, de modo que o Rompendo Barreiras seja um incremento ao atendimento que eles já recebem.
“Sabemos das dificuldades que têm os estados têm com relação aos benefícios para incapacitados e os desafios para introduzir essas pessoas no mercado de trabalho, principalmente aquelas que se tornaram deficientes ao longo da vida. Então, trazer esse projeto para ajudar as pessoas que estão escondidas em casa e que sofrem preconceitos, sem dúvida é uma ideia nacional.”, avaliou ao afirmar que vai trabalhar para que esse projeto tenha sucesso, com o apoio do governador Eduardo Leite, para dar continuidade ao projeto que já está sendo realizado no DF.
Participação
“Precisamos dar condições para que as pessoas com deficiência entrem no mercado de trabalho e juntarmos esforços para que elas ingressem na universidade e depois no mercado de trabalho”, disse a Marcia Abrahão ao se colocar à disposição para projetos que olham para a inclusão.
Inspiração
A professora Ana Beatriz Goldstein contou que o projeto Rompendo Barreiras foi inspirado no exemplo do General da reserva Eduardo Villas Bôas, que com uma doença neuromotora, começou a utilizar a tecnologia assistiva Handsfree para se comunicar. Segundo Ana, o aplicativo permite autonomia para a pessoal com deficiência, seja ela de nascença ou em razão de um acidente, e que possui capacidade cognitiva preservada, enfrentam muitos desafios e o uso da tecnologia permite que essas pessoas realizem atividades que antes não conseguiam fazer ou só podiam realizar com a ajuda de outros.
“O que nós estamos fazendo por essas pessoas com capacidade intelectual perfeita, e que podem contribuir muito com o país, é permitir que elas continuem a realizar em suas vidas o que já faziam, ou então que um jovem que nasceu com a limitação física”, explicou.
Para o Professor de robótica, Luiz Carlos Loiola, o projeto Rompendo Barreiras tem potencial para mudar vidas.
“Ele permite educação humanizada, incentiva o empreendedorismo e ajuda na mudança social. É uma iniciativa que nos enche de orgulho e reforço meu compromisso com esse trabalho voluntario e de educação inclusiva”, celebrou.
Sonhos
“É uma oportunidade para mostrarmos que somos capazes. Espero que a iniciativa chegue aos jovens com deficiência que querem estudar e trabalhar”, afirmou.
O outro aluno do projeto, Igor Diolindo, disse que, com os conhecimentos adquiridos, está consertando computadores e elaborando cardápios. Ele também já sabe que carreira retende seguir.
“Quero ser cientista na área de Tecnologia da Informação (TI). Tenho muito orgulho das pessoas que trabalham nesse projeto e agradeço pela oportunidade do curso que estou frequentando”, disse.