“Foram R$ 260 milhões sem comprovação”: Izalci Questiona suposto Sócio do Careca do INSS

postado em: setembro 22, 2025por:

Senador cobra explicações sobre movimentações financeiras suspeitas e aponta desvio de recursos.

Durante a reunião desta segunda-feira (22), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu o depoimento de Rubens Oliveira Costa, apontado como sócio e “carregador de mala” de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Rubens atuou como diretor financeiro de empresas ligadas ao lobista e é suspeito de intermediar operações milionárias investigadas pela Polícia Federal.

O Senador Izalci Lucas questionou a origem e o destino de centenas de milhões de reais movimentados por consultorias e prestadoras de serviço, incluindo a empresa Curitiba. Segundo as investigações, parte dos recursos teria sido transferida para Eric Dobras, que por sua vez repassou valores a Marquinhos Fidelis, filho de André Paulo Félix Fidelis, atual diretor do INSS.

Foram mais de 260 milhões nessas empresas em 2024. 142 milhões em 2023. Não é possível emitir uma nota dessa sem nenhuma comprovação. O senhor não tinha desconfiado que alguma coisa estava errada?” – cobrou Izalci.

O Senador questionou a conduta de Rubens como gestor financeiro:

O senhor como economista e como gestor, não achava estranho isso? Os pagamentos eram feitos sem questionamento da razão. Era só obedecer determinações?” – insistiu o parlamentar.

Rubens, no entanto, negou irregularidades e afirmou não ter vínculo societário formal com o “Careca do INSS”, sustentando que sua atuação se restringia a funções administrativas. Amparado por habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, ele evitou responder a parte das perguntas formuladas pela comissão.

O relator Alfredo Gaspar (União-AL) também confrontou o depoente sobre a empresa Vênus Consultoria & Assessoria Empresarial. Segundo a Polícia Federal, companhias associadas ao lobista repassaram mais de R$ 7,6 milhões às consultorias de Rubens, valor que teria transitado em espécie em alguns casos, ampliando as suspeitas de lavagem de dinheiro.

Gaspar chegou a pedir a prisão de Rubens por suposta ocultação de documentos, mas a decisão final ainda não foi tomada.

As investigações da CPMI apontam que, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas sofreram um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões, fruto de descontos indevidos em benefícios previdenciários.