Izalci lamenta novo corte de recursos para a C&T e pede que recursos do FNDCT sejam liberados para pesquisa de vacinas

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Em plenário na tarde desta quarta-feira (28), o senador Izalci Lucas (PSDB/DF) lamentou mais um corte de R$ 200 milhões em recursos para a Ciência e Tecnologia que seriam usados na produção da vacina brasileira contra a Covid-19. O valor previsto no Orçamento da União de 2021 era destinado à vacina que está sendo desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo destacou o senador, o recurso seria aplicado pelo MCTI em pesquisas em andamento, na fase 1 e 2 dos testes.  Para concluir a fase 3, que é a última etapa antes da aprovação do imunizante, ainda serão necessários mais R$ 300 milhões.

Izalci Lucas considerou que a produção da vacina brasileira significa autonomia do país, uma vez que, a cada momento, aparece uma variante diferente do vírus e se o Brasil não tiver o domínio da vacina irá depender sempre da compra de tecnologia do exterior, como já depende de fármacos de indústrias estrangeiras.

“Não conseguimos investir em Ciência e Tecnologia. A cada vez se reduz mais o orçamento para o setor. Não podemos admitir mais cortes, principalmente os que afetam a autonomia na produção de vacina. Não é possível que, com a pandemia, as pessoas ainda não reconheceram a importância do investimento em Ciência Tecnologia e Inovação”, lamentou o senador.

Bloqueio

O senador ainda registrou sua preocupação com a demora na liberação dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FNDCT. A proibição do bloqueio dos valores do fundo foi determinada por um projeto de Izalci, aprovado pelo Congresso Nacional no fim de 2020 e que virou lei em janeiro deste ano.  O senador relatou que, apesar da lei, o orçamento continua contingenciado e os recursos não foram liberados para serem aplicados, principalmente em pesquisas da vacina contra a Covid-19.

“Estive no Palácio do Planalto e fui informado de que, na prática, a liberação dos recursos não é imediata; que é feita aos poucos. Outra mudança que aprovamos transformou o FNDCT em um fundo financeiro para que os recursos disponíveis possam ser aplicados para gerar mais capital e isso também não está sendo feito”, salientou o senador.

O alerta de Izalci recebeu o apoio dos parlamentares, entre eles o do senador Esperidião Amim (PP/SC) ao ressaltar a importância dos investimentos em ciência e tecnologia e afirmar que o país precisa olhar para a necessidade de diminuir a dependência da produção estrangeira da vacina.

“A fala do senador Izalci dá um start nisso. Estamos sofrendo reflexos da dependência dos produtores do IFA, que é a matriz da vacina. Faço aqui um apelo para que nos debrucemos, a partir da questão do FNDCT, sobre o debate do que será a industrialização inteligente do Brasil para que possamos completar os elos fracos de nossa cadeia de necessidades”, afirmou Amim.

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