Campanhas para conscientizar a população sobre a importância da prevenção para conter a Covid são urgentes, diz Izalci
Senador criticou a falta de ações pontuais do governo em favor do distanciamento social e do uso da máscara
Quais são as principais ações publicitárias que o governo pretende veicular nos próximos dias? Como o Governo Federal está orientando as campanhas para esclarecer a população sobre a Covid-19? As perguntas foram feitas pelo senador Izalci Lucas (PSDB/DF) durante audiência pública, nesta terça-feira (6), para ouvir o secretário especial do Ministério das Comunicações, almirante Flávio Augusto Viana Rocha, sobre as ações de publicidade do governo federal durante a pandemia. Os senadores da Comissão da Covid-19 defenderam a necessidade de campanhas nacionais para conscientizar os brasileiros sobre a importância da adoção de medidas preventivas como distanciamento social, além do uso de máscaras e álcool em gel.
Izalci Lucas avaliou que o Brasil poderia ter taxas menores de mortalidade se o governo tivesse priorizado a divulgação de informações básicas sobre prevenção em suas campanhas de publicidade. O senador salientou que, na primeira reunião da coordenação nacional de enfrentamento da pandemia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que era preciso haver uma uniformização de discurso sobre a necessidade da vacinação e de todos os demais cuidados para combater o aumento da doença no país. Nesse sentido, o senador Izalci perguntou sobre as ações publicitárias que o governo pretende veicular nos próximos dias, principalmente em razão da situação caótica da saúde. Flavio Rocha respondeu que as campanhas vão focar na necessidade atual que é a prevenção.
“Estamos com as campanhas prontas para orientar a população sobre procedimentos individuais e coletivos, incluindo menções sobre distanciamento social necessário para diminuir o contágio”, disse.
Outro questionamento levado por Izalci Lucas foi sobre uma verificação que está sendo feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) acerca de R$ 83,6 milhões gastos com campanhas publicitárias para a pandemia em 2020, dos quais apenas 800 mil teriam sido destinados efetivamente para divulgar informações sobre os sintomas do Coronavírus, tais como sintomas e medidas a serem adotadas em caso de suspeita de contágio.
“O resto foi usado para mostrar ações do governo principalmente na retomada da economia”, destacou o senador.
O secretário informou que a equipe não teve conhecimento ainda sobre a colocação do TCU em relação a gastos com publicidade do ano passado e afirmou que vai buscar a informação.
“Me comprometo a enviar a planilha com todas as informações pedidas com a maior brevidade possível”, disse.
Influenciadores
Os gastos da Secretaria de Comunicação do Governo Federal com ações de marketing de influência também foram destacados pelo senador. Izalci Lucas quis saber qual era o conteúdo dessas ações e das postagens dos influenciadores: se eram relacionadas a tratamento precoce ou atendimento precoce.
“Mais de R$1,3 milhão foram gastos com ações de marketing com influenciadores. Em janeiro, a Secom contratou quatro influenciadores, no montante de R$23 mil, para falar sobre atendimento precoce”, citou.
Segundo Flávio Viana Rocha realmente houve a contratação, mas não foi para publicidade de tratamento precoce como foi noticiado e sim para falar da importância do atendimento precoce.
Agenda
A Comissão Temporária Covid-19 ainda aprovou requerimento para encaminhar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sugestões para realização de campanhas publicitárias de conscientização e de prevenção ao coronavírus. Os senadores também aprovaram pedido de informações à Anvisa sobre os motivos de a vacina Sputnik V ainda não ter sido liberada.
A comissão volta a se reunir na quinta-feira (8) para debater a transferência de tecnologia para a produção de vacinas no Brasil, com a participação de representantes da Fiocruz, Butantã, Anvisa e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).