Parlamentares, especialistas e técnicos do governo discutiram o papel da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do Brasil
As recentes notícias para a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação no Brasil não são as melhores. Devido a isso, nesta quinta-feira (12/09), deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação realizaram um debate sobre o papel estratégico do dessas áreas para o desenvolvimento do país. Representantes e dirigentes de Institutos de ICT&I lotaram o plenário onde ocorreu a reunião.
O objetivo do encontro foi ouvir a opinião dos representantes do governo federal e representantes do segmento a fim de construir soluções para que o Brasil possa voltar a crescer e se desenvolver. O setor é um dos mais importantes para impulsionar a economia brasileira.
O presidente da Frente Parlamentar, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), salientou que é preciso sensibilizar o governo federal para que dê mais atenção para a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação.
“Não podemos deixar que esses temas estejam no quarto ou quinto lugar nos planos do governo. Por isso é importante a participação de vocês”, disse o parlamentar referindo-se a presença dos representantes e dirigentes dos ICT&I.
Para o deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), vice-presidente da Frente Parlamentar, o Brasil tem que acelerar a transformação do conhecimento técnico, principalmente, o que é produzido nas Instituições de Ensino Superior (IES), em riqueza e resultados para o país. “Tudo o que será feito pensando no futuro terá que passar pela ciência e pela pesquisa. Temos que valorizar o setor e construir uma agenda estratégica aqui no Congresso para ajudar os pesquisadores e instituições deste país”, afirmou Lippi.
Um dos convidados para compor a mesa da reunião, o co-fundador da Natura, Pedro Passos, ressaltou que o setor carece de investimentos tanto públicos quanto privados. O empresário elencou algumas propostas, entre elas a necessidade de priorizar a inovação e educação na agenda política do país. “Se compararmos os investimentos que são feitos pelos outros países, o Brasil só vem diminuindo o orçamento para a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação. Países como China e Israel estão transformando suas economias e melhorando seus desempenhos no cenário internacional porque deram atenção especial para esses setores”, destacou Passos.
Já o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Júlio Semeghini, observou que o governo federal está trabalhando para que o setor recupere a capacidade da ciência e tecnologia em gerar conhecimento para contribuir com a economia. “Nós conseguimos avançar com o marco regulatório, mas não chegamos aonde deveríamos. Temos um grande desafio que é reverter a capacidade de investimentos do poder público para a ciência e tecnologia”, revelou Semeghini.
O representante do Ministério da Economia, César Mattos, apontou que o país não tem tradição em ter uma economia focada para a produtividade desses setores. “A meta é melhorar o padrão de vida da nossa população, porém, hoje temos uma baixa capacidade em promover investimentos nessas áreas”, lamentou César.
Após as apresentações dos convidados, dirigentes e representantes dos ICT&I se manifestaram e expuseram suas posições. Ao final, o senador Izalci Lucas informou a todos que foi aprovado na comissão Mista de Orçamento – CMO a realização de uma audiência pública para debater os recursos do orçamento para a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação.
“É importante vocês comparecerem para sensibilizar o governo quanto a importância desse setor para o desenvolvimento do país. Fiz a solicitação dessa audiência com o objetivo de convencer os parlamentares e o governo que o futuro do Brasil passa pela ciência, tecnologia, pesquisa e inovação e para isso precisamos investir para poder colher os resultados”, frisou Izalci.
A próxima reunião da Frente Parlamentar será no dia 26 de setembro quando será lançado o site com informações sobre as atividades do grupo de parlamentares. Nesse dia, haverá um debate com o tema “Lei de Informática – Impacto e benefícios para a pesquisa e inovação do Brasil”, proposto pela Abipti, secretária executiva da Frente.