Moradores da Estrutural relatam descaso do GDF

Falta tudo: saúde, educação, emprego, moradia e muito mais

O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) passou o sábado (09/10) na Cidade Estrutural, com o projeto Pelo DF, que tem como objetivo ouvir as demandas da comunidade. Durante a visita, o que mais ouviu dos moradores e lideranças da cidade foi que há um descaso total por parte do Governo do Distrito Federal.

Segundo o presidente da Central Única dos Catadores da Estrutural, Fernando de Figueiredo, o governo atual os trata como lixo e é preciso ter pessoas que escutem suas reivindicações. “Sou muito grato pelo senador Izalci ter vindo conhecer o nosso trabalho e ouvir as nossas demandas. Precisamos de mais políticos como ele, que querem conhecer nossos projetos, saber dos nossos problemas, para ajudar a resolver”, afirmou.

A declaração foi feita durante visita do senador na Cooperativa Sonho e Liberdade, que realiza um trabalho de ressocialização e de reciclagem dos materiais que eram enterrados e degradavam o meio ambiente, buscando gerar emprego e renda para a região.

Santa Luzia

Já no bairro Santa Luzia, o senador conversou com os moradores que vivem em situação totalmente precária e relataram que falta  tudo por lá: educação, saúde, moradia digna e principalmente apoio do GDF. “As crianças estão sem aulas, estamos esquecidos, abandonados, isolados de uma sociedade e um governo que não ajudam, lutando por dignidade. Temos uma colega com câncer que não consegue atendimento há quase dois anos, pois os hospitais estão priorizando pacientes da Covid-19, e sabemos que o câncer  não espera”, afirmou  a líder comunitária, Jaqueline Silva.

O senador, que destinou R$ 22,4 milhões para o combate à Covid no DF e conseguiu a liberação da Caixa Econômica Federal para a construção do Hospital do Câncer, afirmou que é inaceitável uma pessoa passar dois anos esperando um atendimento.

Assistência Social

Outra reclamação relatada foi a dificuldade para conseguir o cadastro no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, unidade pública de assistência social, que atende famílias em situação de vulnerabilidade e risco social. “Mesmo depois de fazer todo o procedimento solicitado, a gente espera mais de um ano para ser contemplado, eles vão empurrando, enrolando a gente”, relatou a moradora Aline Beatriz, que tenta se cadastrar no programa Prato Cheio.

Izalci ressaltou que nesse momento de pandemia é que o CRAS mais deveria atender as necessidades e funcionar de forma eficiente.

“A fome não espera, fome tem que ser resolvida de imediato”, disse.

Segurança Pública

O senador também esteve na sede da 8ª delegacia da Polícia Civil e no Batalhão da Rotam da PMDF. Nas duas ocasiões, conversou sobre o seu trabalho em favor da categoria, afirmando que segue à disposição no Senado e firme na defesa dos interesses da segurança pública. O parlamentar destinou R$ 20 milhões para a construção do batalhão da PM da cidade e R$ 4 milhões para ampliação e modernização do vídeo monitoramento por câmeras pelo centro Integrado de Operações (CIOB).

Mulheres
No salão “Maria vai com as outras” o senador ouviu as demandas de diversas mulheres que assistiam palestra sobre o câncer de mama. Irene Silva, conselheira tutelar, agradeceu a emenda individual destinada pelo senador para a entrega de automóvel para o conselho tutelar. “Graças ao senador Izalci, temos agora dois carros para ajudar no nosso trabalho. A Estrutural precisa desse olhar especial, falta creche, falta escola de qualidade, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para saúde mental, álcool e outras drogas. A saúde  está um caos. Não tem médico aqui.  A Estrutural está pedindo socorro e alguém que represente a nossa cidade”, desabafou.

Izalci lembrou que destinou mais de R$ 2 milhões para os conselhos tutelares do DF, e  R$35 milhões para 200 escolas,  inclusive para a Estrutural, e infelizmente o GDF ainda não repassou o recurso. “Para a Estrutural foram destinados R$1,3 milhão para reformas, compra de equipamentos, pavimentação e cobertura de quadras dos CEF 2 e EC 2”, informou.

Creche

Na creche São José Operário, o senador foi recebido por Amparo Santos, responsável pelos projetos pedagógicos do contraturno,. Na ocasião, foi  servido um almoço onde várias famílias puderam conversar com o parlamentar. A creche abriga 210 crianças no contraturno e, segundo Amparo, a maior dificuldade é a falta de apoio do governo. “Vivemos na luta, dependemos de doações e nossa demanda é muito grande. É importante contar com o olhar de autoridades como o senador que se interessam em nos ajudar”, relatou.

“O governo tem que oferecer a dignidade para as pessoas. Estou aqui, pois quero ajudar. As cidades que mais precisam é que deveriam ter mais atenção do governo. E aqui estou vendo pessoas passando dificuldades, sem comer, recorrendo ao governo e não conseguem ajuda. Pessoas vivendo sem dignidade”, disse Izalci.

Produtores Rurais

Para finalizar o dia na cidade, o senador foi ao encontro de produtores rurais da Cabeceira do Córrego do Valo. Entre as demandas principais relatadas estão a manutenção, preservação e escritura das terras.

“Além disso, precisamos de uma fiscalização por parte do GDF para a proteção da mata ciliar do Córrego  Rural Cabeceira do Valo, que está sendo contaminado pelos moradores da 26 de setembro, que jogam restos de entulho. Também foram encontrados muitos resíduos de construção civil no local e tentaram fazer uma canalização na cabeceira do rio desviando seu leito original”, relatou a presidente da associação dos produtores  rurais, Nelci Conegundes.

Ao finalizar o dia na cidade, Izalci agradeceu o carinho e receptividade e disse que ficou  indignado com a desconsideração do governo. “As pessoas estão passando necessidades, passando fome. Não tem educação, não tem saúde, não conseguem consulta. O governo precisa cuidar dos que mais precisam e as pessoas estão abandonadas aqui. Não tem humanidade, precisamos trabalhar para melhorar a vida dessas pessoas”, finalizou.

Organizada pelo PSDB, o projeto Pelo DF percorre as cidades, ouvindo as pessoas, lideranças locais, membros dos conselhos comunitários, entidades assistenciais e empresários.

Fotos: William Sant’Ana