Izalci desmascara o ex-secretário de Saúde do DF

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Francisco Araújo não consegue explicar as irregularidades de sua gestão e na compra de testes da COVID.

Preso na Operação Falso Negativo, que investiga a compra pelo governo do DF de 300 mil testes da COVID com preço muito acima do valor de mercado, o ex-secretário adiou por quatro vezes seu depoimento à CPI. Mas ele acabou prestando depoimento à CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (2).

“Nós estamos diante do maior escândalo na saúde pública do DF de todos os tempos. A Operação Falso Negativo está investigando um poderoso esquema de corrupção montado no GDF por homens de confiança do governador Ibaneis Rocha”, denunciou Izalci.

O senador tornou pública a  mensagem de uma funcionária de uma das empresas, a BIOMEGA, envolvidas nas fraudes. Ela contou: “Ninguém tá nem aí, sabe, pro ser humano. Se a pessoa vai morrer, se não vai, né, se vai contaminar outros. Eles não tão nem aí, eles só querem saber de ganhar dinheiro”.

Em outra troca de mensagem revelada na CPI, Francisco deixa claro a participação do governador Ibaneis Rocha nas irregularidades praticadas no GDF. Francisco diz na conversa: “Não assina nada; só após eu falar com o governador”. E, em seguida acrescenta: “Nada na SES saíra sem minha anuência e do governador Ibaneis”.

A convocação do ex-secretário foi feita pelo senador Izalci Lucas (PSDB/DF) para esclarecer irregularidades em sua gestão, tais como o desvio de recursos para a compra superfaturada de testes de COVID considerados ineficazes. Eles foram adquiridos da Precisa Medicamentos, empresa envolvida em irregularidades na venda de vacinas para o Ministério da Saúde. Antes de começar a responder, o ex-secretário se negou a jurar que diria a verdade.

Francisco Araújo ficou desconcertado quando o senador Izalci Lucas apresentou o organograma com o nome dos envolvidos nas negociatas feitas na na Saúde do Distrito Federal. As mortes pela COVID no Distrito Federal chegaram a 1.062 pessoas.

Um dos nomes citados foi o de Adeilson Cavalcante que trabalhou na transição do governo Ibaneis. O senador contou que Adeilson indicou vários postos na Saúde do DF, inclusive Francisco Araújo para o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGES) e, posteriormente, para a Secretaria da Saúde. Revelou também as suspeitas na contratação da MV Sistemas para gerenciamento dos hospitais do DF por R$ 100 milhões. Isso teria ocorrido em uma licitação supostamente direcionada pelo empresário John Kennedy Braga, lobista que seria ligado ao governador Ibaneis Rocha (DF)

Após quase três horas de depoimento, Francisco Araújo Filho tentou negar as acusações pelas quais está sendo processado pelo Ministério Público do Distrito Federal e por ter sido alvo de duas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal e Civil. Constrangido, o ex-secretário ainda confirmou que responde a uma ação judicial devido a sua gestão como secretário de Assistência da prefeitura de Maceió.

 

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