Em desabafo, Izalci lamenta suspensão das pesquisas da vacina brasileira contra o Coronavirus e a crise de energia elétrica no Amapá e no DF

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O senador afirmou que não se pode politizar uma questão crucial para a saúde da população e destacou que a decisão gera dúvidas e medo

A Comissão Mista do Congresso que acompanha as ações contra a Covid-19 em todo o país aprovou, nesta quarta—feira (11), dois requerimentos para realizar, de forma urgente, audiência pública, para ouvir o Diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Em discursos cheios de angústia e emoção, os parlamentares demonstraram indignação com relação à demora para restaurar a energia elétrica no Amapá e preocupação com a decisão do governo de interromper os estudos da vacina Coronavac . Os parlamentares marcaram a reunião para a próxima sexta-feira (13).

O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) lamentou a situação dramática pela qual passa a população do Amapá que enfrenta a falta de energia há uma semana. Izalci defendeu a melhoria na gestão das estatais de energia elétrica e citou o processo de privatização da Companhia de Energia Elétrica de Brasilia, CEB, como exemplo de uma medida desnecessária e de viés político.

“Acho que é um momento de reflexão. É lamentável na Capital da República uma empresa estratégica totalmente viável ser privatizada. É hora de a gente refletir se a solução não seria melhorar a gestão em vez de privatizar. Eu sou liberal, acho que temos de privatizar muita coisa, mas hoje, sinceramente, em algumas áreas estratégicas, eu tenho minhas dúvidas”, afirmou o senador.

Izalci avaliou que falta gestão nas instituições públicas, ainda em fase analógica, e que émomento de analisar se realmente deve-se privatizar as instituições estratégicas. O senador afirmou que as capitais dos países desenvolvidos que privatizaram essas instituições estão agora estatizando novamente, porque o sistema não funcionou.

“Imagine uma empresa como essa do Amapá participar de um leilão, ganhá-lo e administrar a nossa cidade, a Capital da República, que não tem sequer outras alternativas. A gente pode ficar num apagão geral”, considerou.

Interrupção

O Senador Izalci também lamentou a interrupção das pesquisas da vacina Coronavac, que estavam sendo realizadas pelo Instituto Butantan de São Paulo. A decisão do governo foi tomada depois da divulgação da morte de um voluntário que participava do estudo, que teria cometido suicídio. Para ele, que é Presidente da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Inovação e Pesquisa, a pesquisa no Brasil precisa ser mais valorizada. Ele lembrou ainda que o Instituto Butantan tem 126 anos e distribui hoje 80% da vacina H1N1, que é produzida lá.

“Ciência não tem partido, não tem cor, não pode sofrer o que está sofrendo. Eu lamento muito a posição da Anvisa. Penso que eles foram negligentes e politizaram, porque a informação chegou à Anvisa na sexta-feira. E o Butantan soube pela imprensa. Eu acho que tanto o Judiciário quanto alguns órgãos, como a agência, deveriam, primeiramente, – no caso da Justiça – se manifestar nos autos. É lamentável esse episódio”.

Para o senador, as pessoas já estão desconfiadas com a vacina, porque normalmente uma vacina é aprovada depois de quatro, seis anos de pesquisas e testes, e essas serão aprovadas num tempo recorde.

“Isso trará, com certeza, muita dúvida, por parte dos pacientes, das pessoas, exatamente porque o que vale no Brasil não é o fato, é a versão, e a que se coloca hoje é essa aí”, considerou Izalci

Saúde no DF

O senador também relatou a situação dramática da Saúde no DF, que, apesar dos inúmeros repasses de recursos federais e da bancada do DF, não está destinando o dinheiro para melhorar o atendimento à população. Izalci lamentou as mortes em razão da má gestão do GDF. Segundo pontuou, faltam equipamentos e remédios.As pessoas estão morrendo e ficando cegas porque os hospitais não estão realizando cirurgias eletivas.

“O que está acontecendo nos Estados com relação aos recursos para combate da Covid, são coisas absurdas. Aqui na Capital, o primeiro escalão da saúde está todo preso. Mais de R$ 1 bilhão foi transferido para o DF, como também para vários outros Estados, e ninguém presta contas do uso desses recursos”, apontou.

Izalci Lucas falou do trabalho da comissão de acompanhamento das ações contra a Covid—19 no Distrito Federal, da qual é presidente, ressaltando a dificuldade que órgãos, tais como os ministérios públicos e o o Tribunal de Contas da União, TCU, e os próprios parlamentares da comissão, estão tendo para ter acesso às informações sobre o uso dos inúmeros recursos destinados ao DF, para que possam ajudar a resolver os problemas e aliviar o sofrimento daqueles que dependem do sistema público de saúde.

“Agradeço aos colegas a aprovação do requerimento que apresentei pedindo auditoria do Tribunal de Contas da União dos recursos repassados pela União ao DF, aqui nesta comissão. Mas, o TCU, muitas vezes, quando realiza seu trabalho, já não tem mais como recuperar os recursos desviados, que já estão perdidos por aí”, relatou.

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